sábado, 11 de dezembro de 2010

O hidrotoponimo dubris, a mas fácil explicação

Desde logo não escapa a nossa breve inteligencia a realidade tangível da existência doutro rio co seu conseguinte val, muito maior que o nosso modesto Valadouro, que tem o orgulho de tomar o seu mesmo nome desde antigo, Qualquer que visitara Portugal e abrira a sua mente a termos primitivamente galegos, hoje perdidos, mas conservados por sorte na Galiza do sul, conhecerá o nome galego do rio Duero, pois logo de cruzar as fronteiras pouco despois de Zamora passa a chamar-se Douro. Bem que querendes que vos vos diga ?, de Douro a Valadouro, não é que tenhamos demasiada distancia, só nos faltaria neste casso completar a explicação da origem de Douro e, em tudo caso, para os caprichosos, repetir a provável procedência de vallis ou vadis.
Uma explicação etimológica dum nome sempre é complexa e não fica na simples assimilação de semelhanças palpáveis na atualidade pois as línguas som muito traicioneras e podem levar-nos a enganos em questão de poucos anos, considerando-nos plenos de ração quando nada mas longe da realidade (não esqueçamos ao neno da Gia, em Ninhodaguia)
Logo de tentar vários caminhos alguns para mim demasiado escarpados, gostei moito dos artigos de Xaverio Ballester, catedrático da Universitat Valençia em Filologia Latina, escritos que vos recomendo tanto pola sua didaxe como polo amena que resulta a sua leitura.
Comenze-mos pois co rolho, o nome greco-latino do Douro, duris, presenta um problema para aceptar a sua provável procedência céltica, é um nome de rio masculino quando os rios celtas acostumavam a ser femeias. A primeira e mais doada possibilidade é considerar que esta seria uma palavra proto indo-europeia, provavelmente ibera, um probleminha para o nosso Val Douro que fica algo longe dos domínios ibéricos peninsulares.
Mas para cada problema a toponímia soe achar uma solução convincente, e neste caso moi convincente, duris emparenta-se doadamente com diversos termos célticos ainda vivos ou quando menos moribundos como o bretão dour, o cornico dur, o gales dwfr ou dwr e o irlandes dobur todos significando água. Esta palavra repitese em nomes próprios de rios e cidades de toda Europa como na britânia com Dour ou Dubris (o atual Dover), na Frância com Dèver e Dubra ( atual Douvres) na Alemanha , na Holanda com Dubridum (atualmente Doeveren) e o que todos e todas esperardes o nosso Dubra.
Assim se partimos dum hipotético palavro hispano céltico como dubria, por por um exemplo e lhe aplicamos as leis gramaticais e fonéticas do ibero onde não suportam os grupos muta cum liquida, este teria que trocar, de duas maneiras provavelmente:
1,-inserindo uma vogal epentética
2,-eliminando a muta
Se nos decantamos pela segunda opção o resultado seria o passo natural de dubria a durie que convintente latinizado ficaria em duriis.
A partires de duris ou duriis, o resto dos passos corresponde-nos a nos, facilmente veremos a ditongação da -u- entre consoantes a -au- ou -ou- no processo de conversão da palavra latina em romance, assim de de duris teríamos dauris ou douris, a elipse do -is latino casual é quase que obrigada e durante essa elipse, comummente aparece outra vogal de remate, neste caso dando-lhe um gênero a um nome que para os iberos não tinha e para os romanos tinha-o só de maneira duvidosa, finalmente topamo-nos co douro, o nosso destino.
Que mas nos falta ?, recordar para quem o esquecera a origem mas provável de uall, como uallis ou uadis, quer dizer, val ou passo, assim simplesmente casando as duas partes obteríamos sem dificuldade val douro, finalmente Valedouro, com essa vogal engadida como nexo tao galega ela.
Vaia decepção !, não, finalmente o val preto de ouro é simplesmente o val do rio, ou em tudo casso o val da água, singelinho mas tremendamente explicativo, não temer das redundâncias como sucede com rio Ouro, também Rio Guadiana (literalmente rio do rio) ou rio Gadalquivir, cando as palavras perdem o seu sentido produzem-se situações do mas engraçadas.

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