sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O hidrônimo Valadouro



Como já lhes prometi no dia de ontem hoje toca começar uma andadura complexa e longa na que intentaremos tirar um resultado coerente a origem do nome da nossa terra. Atualmente os antropólogos acostumam a despreciar este tipo de estudos formalistas tao do XIX comentando do cote que abonda com conhecer o uso que na atualidade tem o objecto ou espaço a estudar, mas nos imos fazer um bocadinho de Villamil y Castro (ilustre valadourense por certo) e tentar uma incursão no complexo mundo da toponímia. Com diferencia o nome dos rios e dos mares som as palavras mas antigas que pode usar a nossa língua na atualidade e normalmente escapa de qualquer explicação logica para adentrar-se nas profundidades de falares já esquecidos milênios atras. Resulta convinte tirar do indo-europeu ou outras línguas primitivas como o sanscrito ou o gaélico para entender a origem dos nomes dos nosso rios.
Até o momento cometeu-se de cote um erro que debemos evitar a toda costa, usar a cita mas antiga conservada do nome em questão como a mas perta à realidade primitiva. No que especta ao Valadouro, apenas chegamos ao século VIII co testamento do bispo Odoario “aurio” e logo no século X co mesmo do conde Osorio Guterres o conde santo, em el atopamos a palavra “aurea” para nomear-nos, de novo semelha estar clara a relação com certo metal precioso. Esse é um erro que todos cometemos alguma vez, fazer-lhe demasiado caso aos textos latinizados alto medievais pola sua antiguidade, nim sequer uma esteia romana seria concluinte no diagnóstico do nome valadouro, por um simples motivo; tanto em época romana como, e sobre todo, em época medieval, tende-se a latinizar os nomes indígenas aplicando sufixos e prefixos tipo, e até apocopando palavras para que tiveram o suficiente parecido coas que nestas datas estavam em uso. Igual que no eusquera resulta comum o sufixo -oak para “eusquerizar” palavras forâneas também o mundo medieval tinha os seus recursos, de aí que rara vez atopemos o nome escrito em pergameu no seu estado original. Como recomendação pessoal, não só minha desde logo, resulta muito mas proveitoso usar como teoria de trabalho a mais tradicional das formas conservadas na atualidade, Valedouro ou Valadouro. Com estas começar-mos sem prejuízo algum e desgraciadamente sem a companha do ouro tao cobiçado, a apresentação de diferentes possibilidades, espero que entrardes no jogo e teorizardes vos também.
A primeira que aqui vos deixo é a que se remontaria a um posible “Balagaris” ou “Baladaris”, primeiramente tomamos a palavra “balak” ou “balakan”, de origem incerta e comum para muitos dialetos indo-europeus, o seu significado seria “taboa ou sainte”. Certo é que esta palavra como prefixo está bastante presente no nosso léxico tanto no do galego português como no do castelã, ademas podemos tomar como referencia interessante o termo asturiano balagar, que seria sinônimo da nossa meda de trigo, centeio etc. Assim pois sainte de erva do chão; a latinização lógica da palavra balak seria co engadido do sufixo -aris, muito romano el, co resultado de balakaris, ou baladaris (Valadares em Vigo) que poderíamos traduzir como “o empinado, o costento” , inicialmente é provable que o nosso rio fora denominado como flumem ualagaris, quer dizer, o rio empinado. Seguindo a usar a fala asturiana, eles tiver uma palavra para adjectivar as pessoas altivas, balagoria, o que em espanhol da o verbo vanagloriar, como todos suporia-mos já.
De valakaris ou valadaris a ditongação da -a- em -au-, realiza-se neste caso inversamente pero não de maneira imposible, pois o efeito devera ser ao revês de -au- a -a- ou-o- (taurum touro ou toro por exemplo) Teriamos já Valadauris, referindo-se unicamente ao rio, a cessão que sucede debemo-la entender como parte do processo de intento de interpretação das palavras pré-romanas no mundo clássico e alto medieval. Facilmente podemos cortar e topar-nos com ualatus / dus auris, que remataria finalmente no conseguinte contato coa nossa língua romance em uallis auris, ou uadis auris, quer dizer, val douro, ou vão douro, no primeiro caso refire-se diretamente ao val do rio ouro ou o val do ouro (como metal – quem nos dera) e no segundo, em todo caso mas provable ao vado ou passo franco do rio ouro. E aqui ficamos hoje, de rio pendente ou empinado a rio aurífero demos uma boa viagem, espero manhã oferecer-vos outra mas teoria, para que as vossas mentes sigam a trabalhar.

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