quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A cacharrologia , uma ciência vital e pouco considerada parte 1ª

Ante de continuar a falarmos do Valadouro e das suas peculiaridades artísticas e históricas não posso evitar a oportunidade que este foro me brinda para dar-vos a brasa com um dos temas e com uma das materiais das que mas gosto e em geral das menos atendidas na formação acadêmica da que muitos provimos. O processo de estudo dum anaco de cerâmica localizado casualmente em superfície ou pola contra obtido do subsolo numa escavação formal ou não tao formal, e com este processo também os dados que se obtenham de primeira mão tanto em cronologia absoluta como relativa, asi como no que especta à esquecida etno arqueologia.
Não pretendo começar e culminar aqui um curso sob a identificação de cerâmicas, ainda que não só seria interessante senão útil e bem necessário para o amateur que passeia por entornes susceptíveis de presentar material arqueológico; de todos jeitos, se a nossa intenção não é profanar o subsolo, coisa que tampouco são quem de criticar, os melhores espaços para atopar louças primitivas e restos de habitacionalidade são as estradas recen abertas e as bichocas profundadas pela mesma agir da chuva.
Antes de nada devemos concretar se o indivíduo que estamos a analisar é cerâmica de obra ou de baixela, no entorno da cerâmica de obra atoparemos principalmente telhas medievais e modernas de cor roxo intenso, tégulas e imbrices romanos, com similar tonalidade e ladrilho mouro de tons acastanhados e formas generalmente amorfas devido à sua fragmentação. Reconhecer a diferencia entre uma tégula romana e uma telha medieval ou moderna reside principalmente no senso comum, a tégula soe ser mais grosa e ter uma pasta melhor decantada, as paredes de tégula curvadas podem ser de até 5 cm de grossor quando uma telha medieval apenas supera os 3 no melhor dos casos. A tégula romana não soe ter decoração ao contrario que os imbrices, mentres que a telha medieval, sobre todo a pertencente aos anos centrais deste período, S. XII, XIII, acostumam a levar uma decoração plastica a modo de franças longitudinais efeituadas com os dedos molhados em água e pressionados contra o barro ainda úmido. A telha medieval aparece pouco decantada, com abundantes materiais sólidos reconhecíveis à rotura como pedrinhas e bacios provocados pela combustão em forno de matérias orgânicas que formaram a pasta inicial , a estes bacios chamamos bacuolas, No que especta aos imbrices estes soem ser de grossor importante, de 5 cm com facilidade, completamente planos e com um lábio em ângulo recto a cada lado, nestas peças aparecem de cote impressões digitais do alfareiro, marcas de pisadas de pequenos animais e decorações em circulo ou espiral feitas também com os dedos, menos comum é o selo estampado co nome do alfar, mas também resulta uma autêntica xoia arqueológica que se obtiver. Dentro do mundo romano o uso do tijolo é comum, e multitude de obras foram construídas em tijolo e opus caementicium (uma mistura de are, cal, cinza, e no melhor dos casos borralha bolcánica moi semelhante em aspecto externo ao nosso betão atual) Muitos tijolos são quadrados e planos, coas esquinas cortadas em ângulo cara o interior, outros mais compactos e rectangulares, mas todos se distinguem pola sua grande qualidade em manufactura, quanto mas toscos sejam mas se achegaram a épocas alto medievais. O mundo medieval construí geralmente com a matéria que atopa no entorno e sempre coa maior rapidez possível, assim é comum que nos atopemos com muros de importante envergadura, em pedra sem demasiadas cortesias na lavra, ou ante a sua ausência, obras que chamamos mistas, feitas com um rodapé de pedras fincadas e a continuação um entramado de canas, palha de trigo ou centeio e barro a modo de aglutinante e consolidante. Destas obras, habitualmente as mais interessantes pois respondem à tipologia popular e menos conhecida, apenas conservamos as marcas ou zanxas escavadas no chão pra sentar os paramentos, os buratos de poste, restos dos lumes de lareira se os houver e cerâmica de uso quotidiano em menor número pois acostumava se a dispor de baixelas de madeira. Um rastro inequívoco de edificações populares dese tipo são a localização de masas informes de barro com marcas de paus imprensas nelas , restos que acostumam a ficar logo da desaparição do componhente lígneo do paramento. Em caso de haver destruição com lume de por médio resulta mais doada a sua conservação. Vejamos uns exemplos.

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