terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Cultura material, a nossa guia e a maior desconhecida

Sei bem que resulta um brinco maiúsculo deixares o mundo castrejo que já começara-nos ainda que com poucos dados, para falar dum tema mas técnico e possivelmente menos atrativo como é a cultura material, também sei que lhes prometi cando menos uma fotografia de certo moinho que apareceu em Formigueiro, mas tenho que reconhecer que o meu campo de trabalho principal e no que me desempenho com melhor destreza é o estudo dos restos que o passado nos ofertam, a modo de sagrada oferenda para que, ao uni-los podamos conhecer um bocadinho mas dele e também de quenhes moraram nele.
O estudo da cultura material, no nosso caso, vai começar desde a caída do império romano para diante, do mundo castrejo e pré-histórico apenas temos resto algum, e os que há estão em mãos privadas ás que não podemos aceder com facilidade. Asseguro-lhes que os fundos dum museu são tao indômitos e agrestes como o pudera ser o faiado do paço de algum marques. O estado acumula patrimônio a costa sempre de nos, pobres mortais, roubando sem medo o que os nossos antepassados nos tinham deixado baixo nossas moradas; não seria importante tal situação se este roubo, se esta nacionalização servira para algo, pero o certo é que na maioria dos casos todos estes fundos que passam a propriedade nacional dormem o sono dos justos num lúgubre almocem a té o fim dos seus dias, junto com os informes que tanto trabalho e dinheiro costearam a cidadãos coma você e mas eu.
Não é que seja partidário das compleiçoes privadas, nem sequer dos patronatos (ainda que reconheço que soem funcionar melhor que as entidades publicas) mas estou convencido que a apertura das portas dos vetustos museus, regidos ainda por regimes ilustrados, à malta em geral facilitaria a conservação das suas riquezas, polo que nos mundos que nos tocou viver, desconheço o porque não se estão a fazer catalogações digitais para logo compartir livremente na web em todos os centros públicos da Hespanha, tando os civis como os eclesiásticos ou militares, é assim preservar sequer uma imagem do que se tem descoberto, é de elogiar o Projeto PARES que leva a cavo o ministério de cultura com notável êxito.
Mas estas são inquedanzas pessoais que não tenham por que interessar em absoluto aos meus leitores, sei que só sofreram destas nossas carências quando tenham que localizar dados sobre patrimônio da sua terra e vejam que há um autentico lavarinto até chegar à informação. Para começar todo afeiçoado à arqueologia, seja por estudos como é meu casso, ou por simples autodidaxia, deve reconhecer que poucas são as fontes das que não tenha bebido ainda que não seja mas que um bocadinho, a maioria delas ilegais ou almenos alegais, assim temos que começar nossa andaina de conhecimento no entorno mas primitivo da historia do val e seus redores.
Para a pré-história o nosso primeiro passo atopa-se no material procedente de abrigos ou outros entornes ocasionais caracterizado pala talha em pedras duras; de cestos abrigos do Quadramom todos sabemos que se obtêm com facilidade, quase que em superfície material lítico produto de talha junto com micro litos e núcleos de sílex, ônix e quarço principalmente. Qualquer dos dois primeiros indicam-nos uma importação de materiais, provavelmente desde Astúrias. As suas formas são mas complexas de analisar principalmente porque pola minha parte só tenho visto algum elemento solto. Semelham dum tamanho tao pequeno que pouco mas poderíamos retrocedê-los que até o período aurinhacense. De momento nada de cultura móvel de caráter votivo ou decorativo anda a pulular entre as coleções privadas que conheço. Aportarei um par de fotografias de uma punta de dardo em cristal de rocha procedente deste lugar em concreto e com este complemento gráfico espero que expertos mas conhecedores que eu podam obter algum zume.
Pouco recordo de certos anacos de cerâmica que me ensinaram há bem anos, procedentes duma anta do Padorno. Unicamente o que geralmente se conhece do axuar funerário do período megalítico, apenas uns anacos de pote, compostos pola técnica de urdido, sem apenas cozimento e com um engobe e alisado de cor barrenta para ocultar as irregularidades dum cozimento completamente oxidante. Sem sinais de lume, o que indica que estes foram elaborados ex novo para a inumação , e de contextura frágil e ligeira com um sonido surdo e apagado ao impacto coas unhas. Sem nenhum tipo de decoração, o cero é que apenas pudem ver anacos de 2 centímetros quadrados correspondentes à pança e a um funco plano e com marcas de levantamento manual por pressão. Desta anata, hoje desaparecida, por mor das obras de acondicionamento dos pastiçais do Padorno, é possível que se pudera obter um mas completo ajuar, mas o único que a nos chegaram foram estes humildes pataquinhos.

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