quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tégulas imbrices e tijolos romanos atopados em Vigo

Tégulas e imbrices romanos

Telha medieval com incissoes a modo de letras, coisa muito rara numa época quase que ágrafa

Telha medieval decorada com linhas ondulantes incisas

Telha medieval decorada com cepilhado

Telha medieval decorada com franjas feitas com molde

Telha medieval, S. XIII, decorada com linhas trasversais

Restos de adobe, com marcas vegetais.

Tijolo mouro cuma incisao em linha transversal, posivelmente de pavimento S. XIV

A cacharrologia , uma ciência vital e pouco considerada parte 1ª

Ante de continuar a falarmos do Valadouro e das suas peculiaridades artísticas e históricas não posso evitar a oportunidade que este foro me brinda para dar-vos a brasa com um dos temas e com uma das materiais das que mas gosto e em geral das menos atendidas na formação acadêmica da que muitos provimos. O processo de estudo dum anaco de cerâmica localizado casualmente em superfície ou pola contra obtido do subsolo numa escavação formal ou não tao formal, e com este processo também os dados que se obtenham de primeira mão tanto em cronologia absoluta como relativa, asi como no que especta à esquecida etno arqueologia.
Não pretendo começar e culminar aqui um curso sob a identificação de cerâmicas, ainda que não só seria interessante senão útil e bem necessário para o amateur que passeia por entornes susceptíveis de presentar material arqueológico; de todos jeitos, se a nossa intenção não é profanar o subsolo, coisa que tampouco são quem de criticar, os melhores espaços para atopar louças primitivas e restos de habitacionalidade são as estradas recen abertas e as bichocas profundadas pela mesma agir da chuva.
Antes de nada devemos concretar se o indivíduo que estamos a analisar é cerâmica de obra ou de baixela, no entorno da cerâmica de obra atoparemos principalmente telhas medievais e modernas de cor roxo intenso, tégulas e imbrices romanos, com similar tonalidade e ladrilho mouro de tons acastanhados e formas generalmente amorfas devido à sua fragmentação. Reconhecer a diferencia entre uma tégula romana e uma telha medieval ou moderna reside principalmente no senso comum, a tégula soe ser mais grosa e ter uma pasta melhor decantada, as paredes de tégula curvadas podem ser de até 5 cm de grossor quando uma telha medieval apenas supera os 3 no melhor dos casos. A tégula romana não soe ter decoração ao contrario que os imbrices, mentres que a telha medieval, sobre todo a pertencente aos anos centrais deste período, S. XII, XIII, acostumam a levar uma decoração plastica a modo de franças longitudinais efeituadas com os dedos molhados em água e pressionados contra o barro ainda úmido. A telha medieval aparece pouco decantada, com abundantes materiais sólidos reconhecíveis à rotura como pedrinhas e bacios provocados pela combustão em forno de matérias orgânicas que formaram a pasta inicial , a estes bacios chamamos bacuolas, No que especta aos imbrices estes soem ser de grossor importante, de 5 cm com facilidade, completamente planos e com um lábio em ângulo recto a cada lado, nestas peças aparecem de cote impressões digitais do alfareiro, marcas de pisadas de pequenos animais e decorações em circulo ou espiral feitas também com os dedos, menos comum é o selo estampado co nome do alfar, mas também resulta uma autêntica xoia arqueológica que se obtiver. Dentro do mundo romano o uso do tijolo é comum, e multitude de obras foram construídas em tijolo e opus caementicium (uma mistura de are, cal, cinza, e no melhor dos casos borralha bolcánica moi semelhante em aspecto externo ao nosso betão atual) Muitos tijolos são quadrados e planos, coas esquinas cortadas em ângulo cara o interior, outros mais compactos e rectangulares, mas todos se distinguem pola sua grande qualidade em manufactura, quanto mas toscos sejam mas se achegaram a épocas alto medievais. O mundo medieval construí geralmente com a matéria que atopa no entorno e sempre coa maior rapidez possível, assim é comum que nos atopemos com muros de importante envergadura, em pedra sem demasiadas cortesias na lavra, ou ante a sua ausência, obras que chamamos mistas, feitas com um rodapé de pedras fincadas e a continuação um entramado de canas, palha de trigo ou centeio e barro a modo de aglutinante e consolidante. Destas obras, habitualmente as mais interessantes pois respondem à tipologia popular e menos conhecida, apenas conservamos as marcas ou zanxas escavadas no chão pra sentar os paramentos, os buratos de poste, restos dos lumes de lareira se os houver e cerâmica de uso quotidiano em menor número pois acostumava se a dispor de baixelas de madeira. Um rastro inequívoco de edificações populares dese tipo são a localização de masas informes de barro com marcas de paus imprensas nelas , restos que acostumam a ficar logo da desaparição do componhente lígneo do paramento. Em caso de haver destruição com lume de por médio resulta mais doada a sua conservação. Vejamos uns exemplos.

Um egemplo duma torre de atalaia em madeira, neste casi situada em terreo chao coa sua mota e foxo com auga

Continuando a miscelânea O monte Castelo de Vilacampa

há já tempo que tinha ganas de escrever sobre este promontório natural que se ergue aos pês do caminho real que um dia uniu Viveiro com são Martinho e a costa. Desta via falaremos mais de miúdo noutro momento, cabe a possibilidade que esteamos a reconhecer nela a “via per loca marítima” da que falaram os textos geográficos latinos, sobre tudo logo da localização dum miliário no lugar de são Cristovo da parroquia de Budiam. Sem embargo segue a parece-me impactante a geografia do monte castelo, as suas imelhoráveis condições arqueológicas e o seu possível uso em tempos alto medievais e pode que romanos.
Del devo ante tudo contar-lhes uma historia que entra dentro das minhas vivencias de criança e que forma também parte da minha aprendizagem vital cara a atualidade. Há muitos anos, muitos mor desgracia, fui convidado por um amigo que prefiro manter no anonimato a visitar este lugar por ter descoberto em el certas quantidades de cerâmica em superfície que podiam albergar a possibilidade de seres este um castro. Rapidamente visitei o xacemento arriscando a minha integridade ao subir polos penedos arriba (sempre padeci de virtigo, a subida não é tao complexa). Recordo vagamente que no cruto podiam-se distinguir com claridade marcas de assentos na pedra de madeiros, próprias duma obra de opus misto, e na ladeira destes entalamentos, assomando em superfície, multitude de anacos de cerâmica iscados pelo chão. Recolhi quantos pude e, logo de estudá-los com os meus limitados conhecimentos (ogalha fora hoje) entreguei nos a uma instituição pública para o seu depósito e conservação. Com bem dizer sem perder tempo que este material nada tinha de castrejo, a maioria eram galbos de pança com decorações plasticas a modo de cordoes digitados, ungulaçoes, marcas incisas ondulantes e mamelões, sinto dizer que não me recordo da forma dos bordes, nem dos lábios, em aqueles tempos acostumaba pouco a tomar fotografias do que atopava e menos a documentá-lo, coisa que aprendi bem co passo do tempo, creio que eram bordes ex-vasados baseados no modelo de lábio apontado ou cortado em ângulo recto com ou sem acanaladuras, as paredes eram finas, lembro bem, e as sinais de torno ou tornete evidentes. Apareciam ademais anacos de louça vidrada de cor verde intenso e de extrema delicadeza, peças que hoje sei reconhecer sem dificuldade. Esta claro que nos atopabamos ante um depósito de enormes proporções de cerâmica popular de base redutora junto com peças de mesa de certo luzimento provintes da zoa francesa de Burdeos, e encaminhadas a estas terras junto coas importações de vinho, pode que de caminho a Mondonhedo. A data é doada, provavelmente finais do XIII e princípios do XIV, dista a louça popular da atopada em Mondonhedo pela sua maior finura e cuidado nos motivos decorativos, pero esse é outro conto ao que já adicaremos tempo e páginas, mas das que desejardes seguro vo-lo . A ideia seria poder resgatar estas peças, ou cando menos as suas fotografias e com elas dar uma ideia das produções locais e das importações no Valadouro desde quando menos a idade media e processo de urbanização da província de Mondonhedo. Polo que respeita ao uso que deveu ter este promontório, não creio que seja complexo de adivinhar, estamos a falar duma atalaia que defendia um caminho de relevância, tanto para o cobro de impostos e alcabalas dos produtos interiores como para o controlo dos exteriores que chegaram por mar ao porto de Viveiro, Suponho que conhecerdes, senão derei vola aqui a conhecer, uma carta zaida da própria corte dos RR. Católicos, onde se atende o rogo de certo comerciante genovês que laia por ter perdido toda a sua carga ás mãos de Pero Pardo de Çela e os seus Apaniguados, como alcalde maior de viveiro, por não fornecer o imposto local que se lhe eisixia pola descarga em terra. Ainda que este sucesso é bem posterior aos restos que conservamos, nada indica que este promontório ou atalaia não seguira a funcionar até o controlo final das costas galegas polos reis castelas. Provavelmente nem el erguia-se uma torre de obra mista, madeira e pedra, de pouca envergadura e com uma leve muralha ao seu redor, onde se resquiariam os produtos que não postarem o conseguinte selo de alcabala, fumácega ou o que for. As aduanas portuárias devemos lhas ao antigo regime e sobre tudo ó efeito que causaria a fortificação das rias, cousa que até a generalização das armas de fogo não era nem moito menos comum, assim o estraperlo era abundante e rendável, É de supor que durante muito tempo esta torre serviu aos desígnios do vispo de Mondonhedo e ademais aos reis que no momento ocuparam o trono de Castela, falar de individualismos resulta complexo, Dom Pero, como já veremos mas tarde, era apenas um vassalo mas destes reis e do seu vispo ao que se lhe encomendara a alcaidia maior dum porto importantíssimo como era viveiro, pode que a avarícia o levara a contravir as suas ordens, mas francamente tenho as minhas dudas, o que está claro é que como marechal de campo e alcalde maior muitos outros passaram antes que el sem deixar macula alguma nos anais da historia, e em alguns casos com mais méritos ás suas costas que morrer assetado ou colgado (os nobres sempre morriam de pê, rara vez se lhes relegava à baixeza de entornar a cabeça para lha cortar).
A torre do castelo guarda no seu subsolo uma informação valiosa para poder entender a enorme relevância que o Valadouro tive nos últimos séculos da idade media, e deveria ser destino prioritário para trabalhos arqueológicos estiver o governo que estiver na alcaidia do Concelho do Valadouro.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Moinho barquiforme do castro do Formigueiro, Quadramom

Buril ou raedeira de cristal de rocha, 15.000 BC

Pequena punta de pedra dura, pode ser ónix, 15.000 BC

Pequena punta de cristal de rocha, 15.000 BC

Cultura material, a nossa guia e a maior desconhecida

Sei bem que resulta um brinco maiúsculo deixares o mundo castrejo que já começara-nos ainda que com poucos dados, para falar dum tema mas técnico e possivelmente menos atrativo como é a cultura material, também sei que lhes prometi cando menos uma fotografia de certo moinho que apareceu em Formigueiro, mas tenho que reconhecer que o meu campo de trabalho principal e no que me desempenho com melhor destreza é o estudo dos restos que o passado nos ofertam, a modo de sagrada oferenda para que, ao uni-los podamos conhecer um bocadinho mas dele e também de quenhes moraram nele.
O estudo da cultura material, no nosso caso, vai começar desde a caída do império romano para diante, do mundo castrejo e pré-histórico apenas temos resto algum, e os que há estão em mãos privadas ás que não podemos aceder com facilidade. Asseguro-lhes que os fundos dum museu são tao indômitos e agrestes como o pudera ser o faiado do paço de algum marques. O estado acumula patrimônio a costa sempre de nos, pobres mortais, roubando sem medo o que os nossos antepassados nos tinham deixado baixo nossas moradas; não seria importante tal situação se este roubo, se esta nacionalização servira para algo, pero o certo é que na maioria dos casos todos estes fundos que passam a propriedade nacional dormem o sono dos justos num lúgubre almocem a té o fim dos seus dias, junto com os informes que tanto trabalho e dinheiro costearam a cidadãos coma você e mas eu.
Não é que seja partidário das compleiçoes privadas, nem sequer dos patronatos (ainda que reconheço que soem funcionar melhor que as entidades publicas) mas estou convencido que a apertura das portas dos vetustos museus, regidos ainda por regimes ilustrados, à malta em geral facilitaria a conservação das suas riquezas, polo que nos mundos que nos tocou viver, desconheço o porque não se estão a fazer catalogações digitais para logo compartir livremente na web em todos os centros públicos da Hespanha, tando os civis como os eclesiásticos ou militares, é assim preservar sequer uma imagem do que se tem descoberto, é de elogiar o Projeto PARES que leva a cavo o ministério de cultura com notável êxito.
Mas estas são inquedanzas pessoais que não tenham por que interessar em absoluto aos meus leitores, sei que só sofreram destas nossas carências quando tenham que localizar dados sobre patrimônio da sua terra e vejam que há um autentico lavarinto até chegar à informação. Para começar todo afeiçoado à arqueologia, seja por estudos como é meu casso, ou por simples autodidaxia, deve reconhecer que poucas são as fontes das que não tenha bebido ainda que não seja mas que um bocadinho, a maioria delas ilegais ou almenos alegais, assim temos que começar nossa andaina de conhecimento no entorno mas primitivo da historia do val e seus redores.
Para a pré-história o nosso primeiro passo atopa-se no material procedente de abrigos ou outros entornes ocasionais caracterizado pala talha em pedras duras; de cestos abrigos do Quadramom todos sabemos que se obtêm com facilidade, quase que em superfície material lítico produto de talha junto com micro litos e núcleos de sílex, ônix e quarço principalmente. Qualquer dos dois primeiros indicam-nos uma importação de materiais, provavelmente desde Astúrias. As suas formas são mas complexas de analisar principalmente porque pola minha parte só tenho visto algum elemento solto. Semelham dum tamanho tao pequeno que pouco mas poderíamos retrocedê-los que até o período aurinhacense. De momento nada de cultura móvel de caráter votivo ou decorativo anda a pulular entre as coleções privadas que conheço. Aportarei um par de fotografias de uma punta de dardo em cristal de rocha procedente deste lugar em concreto e com este complemento gráfico espero que expertos mas conhecedores que eu podam obter algum zume.
Pouco recordo de certos anacos de cerâmica que me ensinaram há bem anos, procedentes duma anta do Padorno. Unicamente o que geralmente se conhece do axuar funerário do período megalítico, apenas uns anacos de pote, compostos pola técnica de urdido, sem apenas cozimento e com um engobe e alisado de cor barrenta para ocultar as irregularidades dum cozimento completamente oxidante. Sem sinais de lume, o que indica que estes foram elaborados ex novo para a inumação , e de contextura frágil e ligeira com um sonido surdo e apagado ao impacto coas unhas. Sem nenhum tipo de decoração, o cero é que apenas pudem ver anacos de 2 centímetros quadrados correspondentes à pança e a um funco plano e com marcas de levantamento manual por pressão. Desta anata, hoje desaparecida, por mor das obras de acondicionamento dos pastiçais do Padorno, é possível que se pudera obter um mas completo ajuar, mas o único que a nos chegaram foram estes humildes pataquinhos.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Os castros do Valadouro, seguindo o contorno. O Quadramom. Terça parte

Assim pois, logo do falado, para conhecer as funções que deveu desempenhar um castro tao peculiar como o Formigueiro seria de grande ajuda contar com algo de patrimônio móvel para analisarmos. Unicamente conservo na minha propriedade um moinho, do que vereies fotografia, atopado nos pastos que se estendem à ladeira da fortaleça, e que pertence claramente a uma época anterior à ocupação romana. Este tipo de moinhos próprios do bonce, de forma naulifirme ou para- naulifirme unicamente dispunham de parte inferior, mentres que o elemento de moedeira era normalmente um seixo rodado de rio. Este achádego casual e em superfície pouco nos indica, sendo atrevidos demais podemos inferir que ao aparecer na ladeira da fortaleça pudo ser usado como arma arrojadiça, por certo algo bastante comum, se é que não o baixou um lavrador com outra utilidade qualquer, a sua forma também nos marca um período mais antigo que o romanizado ou uma perduração da cultura pre-romá polo ilhamento do espaço em questão. A sua forma remata numa coroa baculiforme tipica de muitos castros também chamada de colher, mas seria arriscado, já nos atrevemos abondo, pode que um castro defensivo, com uso militar, e onde houvo resistência armada dos habitantes pre romanos. Aguardemos uma escavação pronta para poder confirmar algum dado sequer.

Os castros do Valadouro, seguindo o contorno. O Quadramom. Segunda parte

O coto do Formigueiro e o seu entorne de os Castros representa um exemplo particular na tipologia castreja galaica, não tanto pola sua disposição que encaixa bem com um encastramento feito em altura, senão pelo seu exíguo tamanho habitacional e a sua intencionada falta de aceso fácil. Precisamente debemos entender estes encastramentos, sempre à espera de melhores, ou neste casso alguma, escavações arqueológicas interpretativas, a função defensiva e guerreira de alguns núcleos populacionais do ferro inicial. Para pornos em situação convêm que conheçamos um bocadinho das duas correntes arqueológicas que hoje estão a primar na Europa, por uma banda a técnica da que somo expertos na península e por outra a interpretativa e antropológica mais de cote usada no radio de ação das ilhas Britânicas.
Provavelmente por mor da falta absoluta de coerência científica dos nossos trabalhos até os anos 90, tomamos como única direção até o momento um sistema de analise arqueológica a partir do método cientifico e da observação, conhecendo as provas mas evitando em geral o processo de interpretação das mesmas, parte imprescindível da lavoura de toupa. Começa-se pois com uma analise superficial do terreio, desde a toponímia até as formas e a visão aérea, para assim tentar localizar o espaço paleo habitado. Esta primeira parte conhecemo-la como arqueologia da paisagem e é de recurso obrigado antes de qualquer prosperação. A continuação e dependendo sempre do orçamento (geralmente escasso) toma-se a decisão de efetuar uma simples limpeza em superfície eliminando a maleza e ás vesses a primeira capa vegetal, ou acotar um punto para aplicar diferentes sistemas de prosperação, guiados pola sedimentação antrópica por capas ou extratos, documentando a cultura material que apares em cada um deles, e tomando como referencia para datá-los individualmente elementos denominados fossiles diretores, em geral as moedas ainda que a estas alturas deveríamos estar a trabalhar com muitos mais; quer dizer, puntos fitos na historia dos que não duvidamos à hora de plantear uma data mais ou menos serôdia. A analise por estratos ou paquetes é lenta e pouco operativa; finalmente se a escavação não dispor de fundos em abundancia, leva ao apressuramento e à perda de dados nos paquetes inferiores e de mais interesse. O processo destrutivo que com leva cada escavação (durante a mesma eliminam-se de cote estruturas mais modernas para poder aceder ás primitivas, perdendo completamente qualquer referencia destas primeiras) deve documentar-se minuciosamente para poder reconstruir à inversa o processo de descomposição do terreio. Finalmente catalogam-se os elementos de cultura material móvel obtidos, restauram se dentro do posivel para facilitar a sua identificação e consolidam-se as estruturas que se tenham exumado.
O problema deste método é que de cote o trabalho do arqueólogo remata aqui. E pouco comum que se realize um trabalho antropológico com os resultados obtidos, quer dizer, interpretativo, comparando estes com outros já analisados em diferentes partes do planeta, ou da mesma geografia galaica (ainda que estes estudos reflitam costumes ainda vivas ou em processo de extinção, o que lhe chamamos paleo etnografia ou paleo antropologia). Assim perdemos a oportunidade de comparar diferentes fontes para obter mais fosiles diretores, como a cerâmica ou o material de obra. Para ser exato a época mais cuidada dentro da arqueologia galaica que é sem duda a pre historia e o ferro inicial até a alta idade media, segue a usar como marcadores absolutos elementos de importação como a TSH, ou mesmo moedas, coa complexidade que estas com levam polas dudas que nos sugere o tempo de circulação da peça atopada (uma moeda não se perde justo quando se acunha, ainda que também pode ser assim, normalmente há um período de seguridade para datar um paquete com um numus, esse período varia dependendo da época do numus em questão, assim as moedas romanas tenham larga vida em época medieval, na mentres as medievais acostumam a ser de curta duração. Mas repito esta regula não se cumpre sempre, confunde-nos ademais com regularidade as inversoes estratigráficas, onde uma peça mas moderna pode caminhar vários estratos entorpecendo a sua datação) realmente a exígua quantidade atopada de moedas em qualquer cata, excepto alguns casos privilegiados, faria moito mais operativo o uso da cerâmica como fosil retor ou diretor, moito mas abundante e geralmente cambiante por períodos amplos de tempo.
No que respeita à arqueologia britânica, usam mas da interpretação dos achádegos que da sua localização, pode que devido à multitude de anos que levam a fazer prospecções científicas. Hoje em dia tense permitido, por por um exemplo, o uso afeiçoado de detectores de metais sempre que o amateur documente de maneira básica o lugar do achádego e entregue ao estado (com uma remuneração econômica claro) qualquer peça que poda ser considerada “tesouro”, quer dizer, de valor intrínseco polo metal no que este elaborada ou pola rareza da mesma. Com estes dados o entorno britânico volta-se moito mas operativo, pois, confiado o desportista amateur buscador de tesouros, não evita dar publicidade aos seus sucessos, e também aos seus fracassos, marcando-se assim um mapa arqueológico amplo até em zoas onde não se agardaba achado nenhum. Quando uma peça é aceptada como tesouro, esta require-se-lhe ao descobridor entregando-lhe a cambio uma quantidade de dinheiro justa, com os dados ofertados por este localiza-se a zoa de achádego, escava-se e protege-se, impedindo também o aceso a casa tesouros a ela

sábado, 18 de dezembro de 2010

O Formigueiro no Quadramom , em rojo, a estrada de Valadouro a Alfoz em amarelo

Os castros do Valadouro, seguindo o contorno. O Quadramom. Parte primeira

Na parroquia do Quadramom conhecemos por toponímia cando menos duas elevações castrejas, uma Chamada As Croas, ainda sem identificar por mim e de perfil cando menos difuso, e a mais conhecida, chamada Os Castros e com uma elevação importante e de caráter defensivo conhecida polo coto do Formigueiro. Para chegares a el unicamente há que acadar o núcleo da parroquia no bairro de Tituelo e mas a Igreja e tomar a estrada que guia cara a o concelho de Alfoz e a parroquia do Pereiro. Logo um desvio a pé a uns 200 metros que ademais conduz à caída da Frebenza do Esteleiro, leva-nos a uma pradaria extensa que rodea por um lado um coto de forma troncocônica.
Analisarmos primeiro sem entrar em demasiado detalhe a toponímia básica do entorno dos Castros, pode que dela já obtenhamos informação abondo para começar um acercamento a esta desconhecida obra de engenharia militar humana pre romana. Tituelo, pares, risco de analisar o topônimo com demasiada ligeireza, mistura do prefixo Tit- e o sufixo diminutivo latinizante -ello, moi utilizado por outra parte ainda no italiano atual (fixem se em palavras como mozzarella, somente como detalhe engraçado....) Do prefixo Tit- ou Titu-, descartando as já previstas explicações divinas (teonímicas) o mas singelo é que proceda de tituli, ou nome em latim classicístico. Esse termo acostumava a usar-se para citar espaços de certa relevância fora pola sua concentração de oblação ou por ser cruz de caminhos, todos sub o nexo de certo texto escrito, for um tratado de amizade coma o dos Zoleas ou de Astorga ou alguma estela funerária ou comemorativa, miliário escrito etc. Um tituli é pois geralmente uma pedra ou lapis coberto de caligrafia relacionado com um núcleo de povoação. Um Tituelo, e com toda seguridade o diminutivo em tamanho de tituli, Veremos logo exemplos de taboas consulares e de amizade com regulações jurídicas em bronze e o seu tamanho.
Por outro lado Esteleiro, conforma-se polo prefixo stel- e o sufixo de abundancia -eiro, stel- provem de stelae, assim pois Esteleiro sexa o campo ou a concentração de estelas. A que se denominava estela é mas complexo, pode que a aras adicadas aos lares viais o que nos vincula com algum tipo de via, pode que a estelas funerárias com advocação aos deuses manes, agrupadas de cote na cruz dos caminhos (nesse aspecto cambiamos pouco), for como for é um topônimo tremendamente romano mais do que a situação geográfica do lugar ó que da nome caberia esperar.
Assim pois com um titulii e um stelarium perto, cotra a estrada atopamos o coto do Formigueiro, com abundantes sinos de ser um castro militar de ocupação ocasional. Destaca a sua natural inacessibilidade pola forte pendente que implica a subida à sua cume, junto com mas um foxo e parapeito no remate da aba. Pola nossa parte não fumos capasses de encontrar o aceso natural à coroa, poderão ver na foto aérea que incluo como a maleza anula completamente a visão de forma alguma, cumpriria obter imagens do cadastro do 56 quando a praga do eucaliptos ainda não fizera invisível as obras humanas do passado para o olho de altura. Unicamente se marcam sob a erva de alguns pastos circundantes paleo sulcos sinal de antigos caminhos que possivelmente comunicaram algum dia a cidadela com espaços mas baixos adicados a viculos. Do coto do Formigueiro obterem-se lendas das que trataremos no seu momento perfeitamente relaccionaveis com uma habitação primitiva, amais dum moinho de carácter para barquiforme, que vereies a continuação ligeiramente anterior a os modelos do ferro traídos pelos romanos.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Cabeza de guerreiro de Ralle, Taboada, descuberta Por um bom amigo, Laureano Fernandez, note-se o super dimensionado torques

Guerreiro castrejo, com rodela e brazaletes decorando o antebrazo

Um Lucus de Augusto, numa das caras o keltoi e dous pilum

O mundo castrejo, um grande desconhecido

Antes de começar a falarmos dos castros que no Valadouro há, devermos fazer uma pequena viagem em torno ó que a historiografia do ferro inicial nos aporta neste nosso Finis Terrae. Durante as ultimas décadas, e sobre todo logo da incursão das teorias pós-franquistas de negar todo o passado fora bom ou não, levamos um tempo escapando como do lume da nossa origem céltica. Para a maioria dos conhecedores ainda que resulta difícil eludir a procedência do nosso povo da grande migração dos campos de furnas de Halstate e La Tenne, desde territórios mas cara o oriente, parece que dalgum jeito estranho os galegos aparecemos aqui da nada e não somos parentes de ninhem. Primeiro, antes de entrar em matéria coobem conhecer de onde vem a denominação de celta, os próprios povos de raiz linguística céltica, não se conheciam como comuns entre si e soíam ter uma vida mais dada a visão de abaixo para arriba, da que já falaremos, que de arriba para abaixo. Foram os geógrafos gregos e latinos, não é hora de entrar agora em matéria, recomendo-vos “Los heterodoxos españoles” para aquecer motores, que, vindo doutras latitudes tentaram encontrar semelhanças que pode que nim nós conhecêramos então. Celta vem duma generalização latina provinte dum tipo de escudo denominado Keltoi, similar as rodelas medievais, representado nas medas que acunhou augusto em Lucus, que ao parecer era comum a uma serie de povos com costumes similares. Somos celtas pois por obra e gracia dos romanos e dos gregos, senão seriamos, não sei, indo europeus ?, desta maneira intento não levar-lhe a contra a quem nos inventou e considerar-me também parte dum povo celta, moi contaminado polo comercio ( Estrabom descia dos Cântabros que já não sabiam utilizar a sua língua nim rezar aos seus deuses, senão que usavam os romanos). Mas o problema surgiu da mão de dous factores principais, primeiro, o furibundo celtismo do que se fizeram gala ata Chamoso Lamas, Florentino Lopez Cuebillas etc, arqueólogos e historiadores do réxime, como não, e absolutamente para científicos (método do sacho); e por outra banda a absoluta inexistência de resto algum de dialecto céltico na Galiza, tanto falado como em palavras que não suscitem dudas ao filólogo. Pois bem então que somos ? , pois castrejos, vai-te ti a saber que é isso, autônomos vaia, nem celtiberos, nem iberos, nem nada, castrejos...recomendo-vos o livrinho de Calo Lourido que publicou anos atras A Nossa Terra (de recende defunção R.I.P.), livro que foi manual de todo historiador dos últimos 20 anos, cando menos desde que o Professor Moralejo dizer aquela recordada frase. “-en Galicia los únicos celtas estan em los paquetes de tabaco....” bravo !!!!, logo da animalada já veremos se se pode sustentar em algo ou senão já a sustentaremos nos. Felizmente nestes últimos anos tenham nado novos autores como André Pena Granha, ou Branca Alvalat que defenderam na clandestinidade a nossa segura origem céltica, apoiando-se na teonímia presente em nome de rios e vilas, e na toponímia menor de montes e acidentes geográficos, trabalhos todos eles moi interessantes (algo mas para cientifico o de André, pero que se lhe vai fazer, é reintegracionista)
Não seria justo se deixara à malta de anti celtistas sem as suas raçoes bem apresentadas para que vozes decidam, não são de muita dificuldade há que reconhecer, já falamos do problema linguístico, pedra angular das suas teorias, mas quando uma teoria naze é de convir soste-la sob alguma prova. Sem comentarias, se a nossa raiz ligústica não for céltica, que for ?, alguma ideia ?....; Por outro lado sustentam-se também na falta de continuidade entre os restos relacionáveis com os campos de furnas do bronze final e os que nos podemos aportar também desse período e posteriormente do ferro inicial. Mas em Galiza não se escavou praticamente, esta não é Irlanda, nem Suécia, aqui temos a contração de povoados pre romanos maior de toda Europa e o 90% estão a silvas, sei de boa tinta dum arqueológico de profissão mas que sem licencias da nossa nefasta lei de Patrimônio que tem atopado para o seu colete peças que em muitos museus europeus não tenham nem sonhariam, sorte é a nossa de termos zoas pantanosas permanentemente encharcadas onde se conservaram restos lígneos de miles de anos de antiguidade pela ausência de oxigeno durante o processo de putrefacto, tenho em privado contemplado verdadeiras maravilhas, que jamais chegaram a um museu pois se decides doá-las provavelmente recibas de premio uma multa por tê-las encontrado, em fim....
Voltando ao que estávamos, a malta anti celtista, também se sustenta na quase que total ausência de métodos defensivos nos castros que ainda conservamos, não falo de muros, nem de foxos, que em boa parte demarcavam unicamente um espaço habitado (aí estou de acordo com eles) senal de restos de luta, armas, pedras fincadas no chão para impedir a entrada de cavalerias, etc, comuns, tudo há que deci-lo ás formações pre romanas do resto da celtia. Também estranha a ausência de certos adereços comuns na ourivesaria céltica, como podem ser as lunulas, das que nas dispomos (sempre em principio) e das que por Europa adiante são excedentários, a disposição dos povoados, o tipo de morada muito romanizada em geral e a escasseza de cultura material própria que não possa atribuir-se a malas copias de outra comum latina.
Bem, somos um povo de comerciantes, nas nossas costas era tradição no medievo localizar a Solitio Magna ilha da fim do mundo e possível Abalom das lendas artúricas, mantínhamos contato comercial tanto co norte cruzando o cantábrico e chegando à Bretanha e à Irlanda (do que temos um muito bonito conto no Lebor Gabála Érenn ) como co sul costeando a linha da Lusitânia, desde o Mediterrâneo logo de cruzar as colunas de Hércules, quer dizer, fenícios, iberos, gregos, latinos etc... à procura de estanho e metais preciosos, assim os nossos povoados ainda que eslavaçados como era próprio destes tempos do ferro inicial, sempre conheceram melhor aos visitantes de fora da península que aos seus próprios vizinhos de porta com porta. A língua de origem deveu cruzar rapidamente, igualmente que as raças (tanto atopamos o modelo dolicocéfalo céltico como o braquicéfalo negroide e semítico e as suas misturas). Unicamente os castros de interior, habitando de costas ao mar e com um regime de autossustentação propriamente dito, podem fazer gala de conservar restos apenas reconhecíveis duma gens primitiva chegada aos finais da idade do bronze. Assim a nossa língua deveu passar pronto a ser uma especie de galicinglis (como falam hoje os pescadores de Burela quando arribam na Irlanda) inteligível por multitude de povos comercientes.
Não quero fazer-me pesado neste pormenor, mas combem que troquemos aginha a nossa ideia do que for no seu tempo a vida no mundo castrejo. A cabana de Santa Tecla que recompuso Chamoso Lamas, pode que se semelhara algo ás que dispunham os castros interiores, ainda que tenho as minhas dudas, hoje sabemos que, por médio dum estudo arqueológico mais exato e consciencizado, as vivendas castrejas estavam foscadas na sua maioria, também pintadas de cores e com imitações arquitetônicas nos vãos, a elegância que se pode ver na ourivesaria não ficava longe da que se usava no vestir, pois esta aceptado que a ideia do bárbaro com peles é absolutamente falsa e antiga, mas bem teríamos que buscar gestes refinadas, com tecidos tanto de fabricação própria como importados de vivas cores e com multitude de adornos em ouro, prata e bronze. A guerra dos escotos ou pictos, unicamente vestidos coas cores que tingiam seus corpos nus tampouco encaixa bem, pelos torsos de guerreiro que conservamos, sabe-se que ademais do torques, autentico totem de virilidade e poder sobre a tribo, as saias ou saios de franjas e provavelmente de cores eram comuns, a rodela ou escudo pequeno e circular, algum tipo de espada curta a modo de gladium e, por fim, acouraçamentos feitos de peles curtidas ou mesmo bronze, ao igual que os cascos de taça dos que conservamos algum exemplo votivo de enorme interesse.
As mulheres deveram afermosear tanto como o fariam gregas ou fenícias, e muitas das arrecadas e diademas de ouro que coa nossa cultura se relacionam precisariam dum estudo mas detalhado para atribuir o seu uso ao gênero masculino ou feminino.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Os megálitos e a cultura pré-histórica

Notardes com facilidade que não estou no meu tema de trabalho e que , ainda que gosto de fazer um repasso ligeiro a trote de cabalo pola historia do val, o mundo antigo não é nem moito menos do meu interesse em especias, mas ala vamos, e ainda que não aprenderdes nada novo espero aclara-vos algum conceito que até o de agora tiverdes escuros.
Para começar esta andadura resulta de inevitável contato a leitura do pequeno manual do nosso mais insigne historiados e arqueólogo, por certo de Santa Cruz, “Antiguedades prehistóricas y celticas de Galicia”, inda que há uma recente reedição moi currinha e completa, até comentada para evitar-vos gastos inecessários de quartos deixo-vos um link onde poderdes ver a original on line,

sem gastos pela vossa parte, não devemos esquecer que inda que um dos primeiros trabalhos de arqueologia contemporânea, junto com os de Viceto e se se quer Murguia, não deixa de ser uma obrinha mas iluminada polas superstições e fantasia próprias de fins do XIX, plenamente românticas ainda que algo fora de data há que reconhecer, pouco pode aportar-nos como informação fiável sobre a realidade arqueológica do val.
Comecemos como o faria Villamil, pelas formações rupestres e a sua habitacionalidade, não faz falta que recordemos que o Valadouro não tem covas como tal, estamos sob um substrato eminentemente granítico, se se quer sedimentário só em escolhidas zoas e de curiosa origem ígnea, mas dificilmente erossionavel noutras. Este entorno deixa pouca possibilidade para as formação cársticas como sucede na corda em Mondonhedo, unicamente dispomos de abrigos, produto da erosão eólica e da chuva envida pelo vento, são abrigos de reduzido tamanho e nos que se soe encontrar a pouca distancia cultura material lítica, como núcleos de sílex, ônix ou seixo, lascas informes produto da talha e alguma pontinha de dardo ou roedeiras, buriles etc. Todo o que de momento saiu à lus leva-nos a perfiles superiores em datação absoluta não mais ala do magdalenense 150000 bp, ainda que intentarei aportar-lhes alguma fotografia sob o tema já lhes adianto que não é em absoluto campo no que me encontre a gosto. Desde estes primeiros restos dos homínidos adicados à casa e recoleição, justo bordeando a ultima Glaciação, debemos dar um pequeno salto até as primeiras representações horto estáticas já neolíticas ou em tudo caso eneolíticas nas nossas montanhas. Suponho que todos conhecerdes do anéis neolítico que podemos ver ás faldras do Penido Novo, já vos adianto que não vão atopar nenhum resto espetacular nem muito menos, apenas um murete de pedras naturais, de uns poucos metros de diâmetro, disposto em espiral, e com dois pequenos ortóstatos no centro. Para ser sinceros é a única representação sub o solo da que podemos estar certos e que podemos enquadrar num período tao remoto, os alineamentos do Sabucedo, parecem corresponder coa multitude de túmulos, violados e completos, que nesses pastos se podem ver mas quem sabe ?, quando crês que topaches um resto autêntico não é mas que um pedreiro de divisão medieval para o controlo das mudas do gando, sejam pois prudentes.
A passo de cabalo, algo mais nos queda que ver, em Santomé multitude de túmulos e cistas, alguns abertos e outros completos, o que mais sucesso conseguiu, sem limpar nem escavar conserva quase todos os seus horto statos, quando penetraram nem em busca de riquezas romperam uma das tapas laterais, polo que debe quedar tudo o corredor oculto e toda a coraza com os ex-votos que pudera acobilhar. Do famoso dolmem do que falamos (o do Padorno claro) não esperem grandes maravilhas, esta demasiado trilhado e mereceria uma limpeza integral antes de teorização nenhuma. As arcas de Sinas em Vilacampa, outras quantas ciscadas por tudo o concelho ata na Granda de Bacoi, ande ainda se pode ver o cono de violação duma primitiva arca eneolítica de câmara lígnea. Nos montes de Budián há uns suspeitosos anéis de horto statos de pequena altura que puderam bem levar a imaginal um cromlech, por muito menos o tenham feito bretões e britânicos (Castelao descia no seu libro de Cruces de pedra na Galiza que não é que não tenhamos menires é que temos tantas pedras chantadas que já não sabemos quem é quem, jeje) ponhamos pois estes círculos em duda de momento, sempre contando coa importante atividade ganadeira que se desenrolou durante a idade media e moderna nestes entornes e coa volta ás alturas do baixo império. Que dizer do prado das chantas ? Tendo em conta que me considero partícipe involuntário (então era um menino) da criação de tal monstro; de pre histórico nada, isso esta claro, alto medieval pode, haveria que escavar as granjas ou choços que conserva ao seu pê e no seu interior para comprovar se formam de ocupação eventual ou permanente, só quero recordar-vos a quem a vira a cabana na que vivia Rob Roy, o do filme, que dizer, um hutte de origem pre romana ou germânica, irlandesa quizas, as possibilidades são enormemente atrativas.
Com diferencia o mas importante monumento megalítico do que podemos estar orgulhosos é a stela menir chamada Cruz de pau d Velha. Dificilmente datável, pede que eneolítica ou do neolítico inicial, pero tao magnífica como única em tudo Galiza, pouco tratada e mais bem maltratada, queda aí o meu pranto à sua prol.

sábado, 11 de dezembro de 2010

João Ignacio Cuadrado, um valadourense de Bacoi, a voz mas grave

O hidrotoponimo dubris, a mas fácil explicação

Desde logo não escapa a nossa breve inteligencia a realidade tangível da existência doutro rio co seu conseguinte val, muito maior que o nosso modesto Valadouro, que tem o orgulho de tomar o seu mesmo nome desde antigo, Qualquer que visitara Portugal e abrira a sua mente a termos primitivamente galegos, hoje perdidos, mas conservados por sorte na Galiza do sul, conhecerá o nome galego do rio Duero, pois logo de cruzar as fronteiras pouco despois de Zamora passa a chamar-se Douro. Bem que querendes que vos vos diga ?, de Douro a Valadouro, não é que tenhamos demasiada distancia, só nos faltaria neste casso completar a explicação da origem de Douro e, em tudo caso, para os caprichosos, repetir a provável procedência de vallis ou vadis.
Uma explicação etimológica dum nome sempre é complexa e não fica na simples assimilação de semelhanças palpáveis na atualidade pois as línguas som muito traicioneras e podem levar-nos a enganos em questão de poucos anos, considerando-nos plenos de ração quando nada mas longe da realidade (não esqueçamos ao neno da Gia, em Ninhodaguia)
Logo de tentar vários caminhos alguns para mim demasiado escarpados, gostei moito dos artigos de Xaverio Ballester, catedrático da Universitat Valençia em Filologia Latina, escritos que vos recomendo tanto pola sua didaxe como polo amena que resulta a sua leitura.
Comenze-mos pois co rolho, o nome greco-latino do Douro, duris, presenta um problema para aceptar a sua provável procedência céltica, é um nome de rio masculino quando os rios celtas acostumavam a ser femeias. A primeira e mais doada possibilidade é considerar que esta seria uma palavra proto indo-europeia, provavelmente ibera, um probleminha para o nosso Val Douro que fica algo longe dos domínios ibéricos peninsulares.
Mas para cada problema a toponímia soe achar uma solução convincente, e neste caso moi convincente, duris emparenta-se doadamente com diversos termos célticos ainda vivos ou quando menos moribundos como o bretão dour, o cornico dur, o gales dwfr ou dwr e o irlandes dobur todos significando água. Esta palavra repitese em nomes próprios de rios e cidades de toda Europa como na britânia com Dour ou Dubris (o atual Dover), na Frância com Dèver e Dubra ( atual Douvres) na Alemanha , na Holanda com Dubridum (atualmente Doeveren) e o que todos e todas esperardes o nosso Dubra.
Assim se partimos dum hipotético palavro hispano céltico como dubria, por por um exemplo e lhe aplicamos as leis gramaticais e fonéticas do ibero onde não suportam os grupos muta cum liquida, este teria que trocar, de duas maneiras provavelmente:
1,-inserindo uma vogal epentética
2,-eliminando a muta
Se nos decantamos pela segunda opção o resultado seria o passo natural de dubria a durie que convintente latinizado ficaria em duriis.
A partires de duris ou duriis, o resto dos passos corresponde-nos a nos, facilmente veremos a ditongação da -u- entre consoantes a -au- ou -ou- no processo de conversão da palavra latina em romance, assim de de duris teríamos dauris ou douris, a elipse do -is latino casual é quase que obrigada e durante essa elipse, comummente aparece outra vogal de remate, neste caso dando-lhe um gênero a um nome que para os iberos não tinha e para os romanos tinha-o só de maneira duvidosa, finalmente topamo-nos co douro, o nosso destino.
Que mas nos falta ?, recordar para quem o esquecera a origem mas provável de uall, como uallis ou uadis, quer dizer, val ou passo, assim simplesmente casando as duas partes obteríamos sem dificuldade val douro, finalmente Valedouro, com essa vogal engadida como nexo tao galega ela.
Vaia decepção !, não, finalmente o val preto de ouro é simplesmente o val do rio, ou em tudo casso o val da água, singelinho mas tremendamente explicativo, não temer das redundâncias como sucede com rio Ouro, também Rio Guadiana (literalmente rio do rio) ou rio Gadalquivir, cando as palavras perdem o seu sentido produzem-se situações do mas engraçadas.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O hidrônimo Valadouro



Como já lhes prometi no dia de ontem hoje toca começar uma andadura complexa e longa na que intentaremos tirar um resultado coerente a origem do nome da nossa terra. Atualmente os antropólogos acostumam a despreciar este tipo de estudos formalistas tao do XIX comentando do cote que abonda com conhecer o uso que na atualidade tem o objecto ou espaço a estudar, mas nos imos fazer um bocadinho de Villamil y Castro (ilustre valadourense por certo) e tentar uma incursão no complexo mundo da toponímia. Com diferencia o nome dos rios e dos mares som as palavras mas antigas que pode usar a nossa língua na atualidade e normalmente escapa de qualquer explicação logica para adentrar-se nas profundidades de falares já esquecidos milênios atras. Resulta convinte tirar do indo-europeu ou outras línguas primitivas como o sanscrito ou o gaélico para entender a origem dos nomes dos nosso rios.
Até o momento cometeu-se de cote um erro que debemos evitar a toda costa, usar a cita mas antiga conservada do nome em questão como a mas perta à realidade primitiva. No que especta ao Valadouro, apenas chegamos ao século VIII co testamento do bispo Odoario “aurio” e logo no século X co mesmo do conde Osorio Guterres o conde santo, em el atopamos a palavra “aurea” para nomear-nos, de novo semelha estar clara a relação com certo metal precioso. Esse é um erro que todos cometemos alguma vez, fazer-lhe demasiado caso aos textos latinizados alto medievais pola sua antiguidade, nim sequer uma esteia romana seria concluinte no diagnóstico do nome valadouro, por um simples motivo; tanto em época romana como, e sobre todo, em época medieval, tende-se a latinizar os nomes indígenas aplicando sufixos e prefixos tipo, e até apocopando palavras para que tiveram o suficiente parecido coas que nestas datas estavam em uso. Igual que no eusquera resulta comum o sufixo -oak para “eusquerizar” palavras forâneas também o mundo medieval tinha os seus recursos, de aí que rara vez atopemos o nome escrito em pergameu no seu estado original. Como recomendação pessoal, não só minha desde logo, resulta muito mas proveitoso usar como teoria de trabalho a mais tradicional das formas conservadas na atualidade, Valedouro ou Valadouro. Com estas começar-mos sem prejuízo algum e desgraciadamente sem a companha do ouro tao cobiçado, a apresentação de diferentes possibilidades, espero que entrardes no jogo e teorizardes vos também.
A primeira que aqui vos deixo é a que se remontaria a um posible “Balagaris” ou “Baladaris”, primeiramente tomamos a palavra “balak” ou “balakan”, de origem incerta e comum para muitos dialetos indo-europeus, o seu significado seria “taboa ou sainte”. Certo é que esta palavra como prefixo está bastante presente no nosso léxico tanto no do galego português como no do castelã, ademas podemos tomar como referencia interessante o termo asturiano balagar, que seria sinônimo da nossa meda de trigo, centeio etc. Assim pois sainte de erva do chão; a latinização lógica da palavra balak seria co engadido do sufixo -aris, muito romano el, co resultado de balakaris, ou baladaris (Valadares em Vigo) que poderíamos traduzir como “o empinado, o costento” , inicialmente é provable que o nosso rio fora denominado como flumem ualagaris, quer dizer, o rio empinado. Seguindo a usar a fala asturiana, eles tiver uma palavra para adjectivar as pessoas altivas, balagoria, o que em espanhol da o verbo vanagloriar, como todos suporia-mos já.
De valakaris ou valadaris a ditongação da -a- em -au-, realiza-se neste caso inversamente pero não de maneira imposible, pois o efeito devera ser ao revês de -au- a -a- ou-o- (taurum touro ou toro por exemplo) Teriamos já Valadauris, referindo-se unicamente ao rio, a cessão que sucede debemo-la entender como parte do processo de intento de interpretação das palavras pré-romanas no mundo clássico e alto medieval. Facilmente podemos cortar e topar-nos com ualatus / dus auris, que remataria finalmente no conseguinte contato coa nossa língua romance em uallis auris, ou uadis auris, quer dizer, val douro, ou vão douro, no primeiro caso refire-se diretamente ao val do rio ouro ou o val do ouro (como metal – quem nos dera) e no segundo, em todo caso mas provable ao vado ou passo franco do rio ouro. E aqui ficamos hoje, de rio pendente ou empinado a rio aurífero demos uma boa viagem, espero manhã oferecer-vos outra mas teoria, para que as vossas mentes sigam a trabalhar.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

APRESENTAÇÃO

Ante todo, boas noites, já é a terça vez que lhe lo digo, não pelo muito bem que lhes quiser, que também não o duvidem, senão porque esta é a terça oportunidade que me da a minha computadora de escrever-lhes o limiar do blog ao que estão a aceder sem cortar o fluido elétrico, espero que quando esteja a correger a ortografia da quarta, também marche a luz por algum motivo desconhecido esta vez. Desculparam este começo enfurecido, mas a mente que começou há já horas despejada e rápida pouco a pouco se esta a voltar lenta e espessa por os desgraciados acidentes que já lhes citei. De todos jeitos suceda o que suceda a minha intenção segue a ser a mesma em cada intento, apresentar-me a mim e ao blog no que estão a penetrar e com esto dar-lhes apenas umas guias para entendê-lo bem e não levar surpresas desagradáveis.
Sei seguro que entenderam que prefiro entornes conhecidos que ofertem realidade que outros nos que logo de prometer fantasias, atopem uma cadeia maior que onde era segura, ademas como de bem nado é apresentar-se este será pois o meu primeiro passo, abrir-lhes o meu DNI e mais o meu coração para que quando participem neste nosso entorno saivam com que equipa estão a jogar.
Chamo-me Roberto Reigossa, nado no Valadouro ala a meados dos 70, cassado com Vanesa minha dona e quase sempre musa (há dias que me baixa o automático da luz e.....), com uma filha ainda criança mas bem lista que responde por Ilduara Reigossa, ou Valinha como queiram esse para mim nunca foi problema, a estas alturas já não há quem a salve de ser uma filha mais do Val e aí está o quis da questão. De esquerdas dendê menino, obrigado a deus, mas comunista leninista que socialdemocrata mas o mundo não está como para escolher. Independentista ou em todo casso federalista, (o rei e Hespanha parecem-me coisas antigas próprias de manuscritos escritos em procesal e de cartas encabeçadas coa temida frase, “Fernando e Ysabel, por la gracia de dios”, moi engraçado por certo) republicano como não, entre ateu e cátaro e, para finalizar, firme seguidor de qualquer equipa de futebol que não seja o Real Madrid (são tão desmanchadiços...).
Como suponheram creio na política, ademais considero que cada ato que como humanos levamos a cabo a diário é política e polo tanto em nenhum momento cegarei comentário algum neste foro, sempre que seja respeitoso, e tampouco me aforrarei nenhum pola minha parte, ainda que o tema de discurso seja o arte barroco na igreja de Santa Cruz (que também tocaremos, si )
Aqui, quem se atreva a participar, espero que encontre e aporte respostas a essas tantas preguntas que se tem feito sobre a nossa terra, e leia ademais dados sobre outras que nim se fizer de momento; conjurar -mos ademais a todos os valadourenses que marcharam um dia para conhecer mundo coa ideia de voltar pronto e não voltaram jamais, para que apareçam com nos e falem e nos escutem, vídeos, fotografias, do passado do presente e do futuro do Valadouro, todo é bem vido.
Unicamente uma ultima aclaração, no meu casso escrivo em galego português, dialeto do brasil, por considerá-lo mais perto dos meus interesses, o que tem inventado multitude de vezes a Junta da Galiça não considero que for dialeto algum, só um engendro malparido e de mal amanho. De todos jeitos, ainda que se agradeceram sobremaneira todos os intentos de escrever em reintegrado, aceitaremos de grado todas as línguas que esta torre de Babel que é a península nos pode aportar, unicamente lhes pediria aos que decidam escrever em eusquera tenham um bocadinho de compaixão com os que apenas saímos das línguas de oc e oil.
E com tudo isto coido que podemos começar, manhã adicarei umas linhas a debater sobre algo que nos tem preocupados a todos por multiples motivos, há ouro no val ? Por isso lhe chamaram Valadouro ?....sei que em bom grado muitos remataram tristes e decepcionados mas a verdade, ao final, muito ao final, seguro-lhes, fara-os libres.....