segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O Valadouro, unidade ou dualidade 1ª parte

Bem, sei que ao entrar neste tema, problema quase que poderíamos dizer, ei atopar muitos detratores e pode que algum seguidor, mas em todo casso não convencido completamente. Já há demasiados anos que se leva a falara duma hipotética e necessária reunificação dos dous concelhos que formam o val. Em nenhum momento acho eu que se possa argumentar teoria alguma sob a existência de diferencias físicas ou geológicas entre uma ou outra parte do val, sucede algo similar como a raia seca entre Portugal e A Espanha, realmente som traços no chão que fizemos os humanos não a mãe natureza mas, deixando de lado realidades que ninhem questiona ao dia de hoge há que reconhecer que em torno à filosofia da reunificação do val enredamos profundamente uma serie de lendas ou crenças mas ou menos assumidas onde tal união existiu até tempos moi recentes e soamente o mal fazer de reis de fora nos separou de maneira artificial.
Neste ponto é onde devo tomar folgo e enfrentar-me à realidade, tanto diante dela que já é duro demais como diante vos, só meus leitores, que pode que esperem ler de mim dados que confirmem as suas suspeitas unionistas. Realmente não nenhum dado que nos leve a supor que em algum momento no que as estruturas de poder tomaram entidades maiores que as de cidades estado, o Val fora unidade para nada. Explico-me...e que conste que o estou a fazer de memoria pois espero que ante qualquer duda se me reclame contraste da informação que me disponho a ofertar.
Se tomamos como ponto mais recente a criação dos concelhos como elementos administrativos nos anos centrais do governo de Isabel II, podemos doadamente considerar que esta foi uma divisão arbitraria produto do crescimento populacional dos últimos 100 anos e marcada por linhas territoriais imaginarias, mas estaremos cometendo o primeiro erro, que nos conduzirá a uma cadeia deles longa e pesada, como diria Sherlock Holmes, resulta nefasto criar teorias para adaptar os feitos a elas e não fazer o contrario adaptar as teorias aos feitos.
Quando se criaram os dous concelhos, rondando a época afonsina, já existia a realidade territorial da “Tierra Llana del Valle de Oro” e do “Alfoz de Castro de Oro”, sei que muitos dos meus leitores vos poderão explicar melhor que eu qual era o modo de funcionamento dos municípios rurais no antigo regime, pola minha parte mas poderei fazer por vos durante os anos do medievo assim pois deixo tal cometido para qualquer que interesse em introduzir algum comentário sob este presente texto.
For como for, já nos anos finais do antiguo rexime o Valadouro estaba serrado administrativamente em dois, uma parte que dependia da curia como fortaleça e cadea e outra que na que também exercia poder temporal esta mas como residencia e graneiro.
Já quando consultamos os alardes medievais, alguns em processo de publicação polo que me reservo engadir mas dados, a finais do século XV contabilizam-se as parroquias relacionadas com cada um seguindo um patrão bem similar ao atual. De onde procede esta separação pode que secular ? Neste casso estaremos sempre a especular, primeiramente teríamos que fitar nos na formação do entramado parroquial do val durante os primeiros anos da idade media e os últimos da romanidade; tense por costume, (pedi de bibliografia com mas calma se a necessitardes pois a minha memoria não da para recordar títulos sem tê-los presentes) afirmar com rotundidade que o Parrochiale Suevum não foi mas que uma solução apurada a uma paulatina superpopulação da comunidade cristiana e a conseguinte desorganização que esta ocasionava em tempos nos que a única figura de controle era o bispo. Reparti-se o território em anacos cada vez mais pequenos e deitar cada um a lugar-tenente que reciviriam o nome de sacerdotes, presbíteros ou curas foi uma solução prática para lutar contra a perigosa tendencia da nobreza que comezaba a privatizar os espaços de culto coa figura das igrejas e mosteiros familiares e também contra os pequenos brotes de adocionismo e gnosticismo, heregias muito próprias dos primeiros anos, ás que Galiza sucumbia com facilidade. Assim pois que foi o arianismo tao traído e levado, mas que um brote duma linha gnóstica do conhecimento de deus, bem pudera haver sido cátaro ou albigense mas por as próprias circunstancias da península tomou nome próprio.
Assim as primeiras e mas antigas referencias a feligresias, tal e como se denominaram até bem entrada a baixa idade media, pode que tenhamos que atopá-las to Testamento de <osorio Guterres, se exceptuamos alguns documentos anteriores soltos que já se refirem a entornes fechados administrativamente à hora de localizar uma terra ou um lugar. Acho que já falamos da distinta perspectiva que tem um homem atual com respeito a um homem no medievo sobre como situar-se no espaço, no folga repetir-se um pouco acho eu. Hoje temos uma visão cartográfica, quer dizer, desde arriba, podemos ver e situar na mente a nossa cassa em relação a elementos e acidentes de muita maior envergadura e assim centrar de maneira muito certeira os seus lindeiros. Para mim que vivo em Pradia, podo dizer que pertenço ó planeta terra (alguns pode que não estejam de acordo) que à sua vez pertence ao sistema planetário chamado solar, que dentro do planeta terra encontro-me no macro continente de euro asia e em concreto em Europa, baixo a soberania e limites de Espanha ou se se quer na Península Ibérica, na Comunidade Autônoma ou nação sem estado (não entremos em detalhes de momento) denominada Galiza, na Província de Lugo, no entorno comarcal da Marinha Lucense, na sua parte central, no val Chamado Valadouro e no concelho de Valadouro, Na parroquia de Budian, no bairro de Pradia e por fim na morada numero 3 deste bairro. Co uso de limitados instrumentos poderia oferecer até coordenadas geográficas mais complexas.
No mundo medieval pola contra, um antecessor meu que também vivera em Pradia só conheceria o que o rodeia e circunda e ao que pode aceder de maneira visual tomando a sua morada como ponto central, assim pois descriviria a casa como “uma cassa no lugar que chamam Prada, feligresia de Budian sita em Aurea, que topa por um lado com plaça de pero eanes, ao outro com cassas de joao enriques, ao outro com vetera longa que vai desta feligresia ao hospital de ferreira e ao outro com aira e horta aderentes à cassa. “ com estes limites daria dados suficientes para que localizara-mos a morada, situação que hoje nos provoca multiples dores de cabeça aos historiadores, só em alguns casos se referiria a um entorno geográfico maior, os dados que podiam ser comprovados à mão som os únicos interessantes.
Deste modo conhecemos da existência de parroquias no valadouro já desde tempos bem remotos, por algum motivo os habitantes desta nossa terra tardaram muito mas em perder a sua propriedade direta sem cargas que sucedeu noutros sítios da Galiza ligados a mosteiros ou legados reais, até bem entrada a idade moderna seguiam a enagenar-se pequenas propriedades sem cargas, logo de Trento começam a aparecer as cargas perpetuas por fundações religiosas e finalmente, pode que por multiples circunstancias que me quedam grandes demais para explicar, a partires do S. XVIII a perda definitiva da terra e o aforamento desta por unidades nobres ou eclesiásticas. Poderíamos estar a falar deste particular durante horas, mas aqui o deitaremos non sendo o motivo da nossa discussão. O certo é que o Valadouro como entidade geográfica fora sempre perigosa para os senhores temporais destas terras, em definitiva os bispos. Mantem se ainda oculto ou mal analisado o poder que ficaria a disposição real quando se deslinda o território do val em tempos de Afonso VII (creio), realmente o poder temporal exerce-o a igreja dese Mondonhedo e tomando a torre do castro de ouro como casa e cadeia e o solar da Casela como cassa, cadeia a celeiro. Pode que por este motivo, pola falta de terras em propriedade, a igreja decidira dividir também o val em duas demarcações que coincidem bem coas atuais, uma mas adicada a obtenção de fruto e outra a de reclusamento de animas para a defensa ou as guerras.

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