terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Valadouro, unidade ou dualidade 2ª parte

Quando pois podemos começar a atopar-nos com uma real distinção entre as duas vertentes do ouro, realmente funcionando este como limite natural de concelhos, até certo punto ?. Pode que a divisão entre o território de realengo e o eclesiástico do século XII fora a primeira mostra de inicio nos límites do Val, este documento que se conserva no tumbo de Lonrençana tentarei transcrevê-los no próximo apontamento que ofereça, dade-me tempo para buscá-lo. Sem embargo, se a memoria não me engana, de estos tempos em diante sempre se mantive uma marge clara entre as duas procedências sobre todo quando havia que apelidar uma pessoa, assim há Pero do Valedouro como coengo na catedral de Mondonhedo e Pero de Castro de Ouro. Igualmente se considera espaço único e independente o que dispunha o bispo no entorno do lugar da Casela, hoje seria tudo Alage boa parte de Santa Cruz agas o lugar de são Martinho da Veiga primitiva feligresia, e desde logo Ferreira. Nesta cerrume, por chamar-lhe de algum modo o poder temporal tinha sede religiosa numa pequena capela e civil representada por uma torre ou vara de cassa adossada à capela da que hoje só quedam muros e não muitos. Neste entorno, também denominado o Celeiro da Casela e próprio da renta do Comunete, uma das mas antigas da diocese, o controle territorial era total, em terra e gentes, um dia colgarei nesta página um documento de finais do XVI que tenho transcrito que mostra à perfeição o processo de colonato destes ermos durante as explosões populacionais ocorridas em diferentes etapas da idade media. Neste casso podemos falar quase que duma ocupação pacífica do terreio por parte duma família sem recursos, provavelmente de acordo co teedor do Celeiro da Casela e que remata co licencia expressa do bispo a traveso duma carta foral, é um documento mui interessante, ja o vereies. Cousa distinta sucede no castro de ouro, neste caso folga que me moleste em digerir-vos a documentação quando podeis aceder a ela vias da páxina PARES, ja durante o S. XVIII atopamos um pleito ganhado pela curia no que se denuncia a uma família que tinha aproveitado parte do espaço das cavaleirizas do primitivo castelo de Castro de Ouro, daquela já em ruínas para plantar nabos, não é conha, realmente chegam a ter que pagar com cadeia. Esta claro que não era a mesma estimação a que lhe tinha o bispo à torre do Castro que aos lugares do Valadouro, fora o Caleiro da Casela ou o Berdeal de são Martinho da Veiga. Qualquer destes últimos prontos para o aforamento e o colonato, ainda que para chegar a el mediaram causes pouco ortodoxos e o primeiro intocável protegido em tudo momento. Assim avia dous alcaldes maiores, um na torre fortaleza e outro em santa crus (Caamonde para ser exato) e com funções distintas, o primeiro controlava as irmandades do val e servia como intermediário para o reclusamento e a prisão de acusados mentres que o segundo apenas exercia funções locais. Castro de Ouro dispunha de procurador o Valadouro não, por não ter nem tinha núcleo defensível, Ferreira é uma entelequia tremendamente recente e unicamente se posse relacionar com uma capela, uma albergaria e um caminho, provavelmente o de Santiago. As principais figuras de nobreza e baixa nobreza assenta-se paulatinamente em torno ao castelo, como os Marqueses de San Joao de Carbalho em Carrocide, rizal privinte duma tardo nobreza fructo do comercio, os Basanta, os Mel, e um pequeno etc, de apelidos que em muitos casos perderam já a sua primitiva conotação nobre (Lanzós, Bolanho, Rivadeneira, Montenegro, em fim o próprio Castro, Pardo, Cela....) tudo ficava nos lindes das parroquias da atual Alfoz, O Valadouro dispunha apenas do paço de Gradailhe der longa estirpe, os lugares eclesiásticos de A Berdeal, Casa Telhada, a Santa, a Esqueira, todos eles mas relacionados co processo de re-colonização próprio do entorno do ano 1000 que do sentamento por via real de famílias de títulos obtidos em contenda. Seria de grande interesse analisar ata que ponto existia tal delimitação, ata que ponto a Cruz de Bao (Também chamada de Cachin) não foi no seu momento limite e padrão entre os domínios reais e os eclesiásticos, assim pois conviria saber o por que da ocupação de zoas tao altas e improdutivas em época alto medieval como o Sabucedo, ou o entorno do Padorno, o que parece dar uma sensação de fóxida cara espaços de menos controle, este é um tema que a arqueologia debe dirimir, igualmente devemos chegar a saber por que um mosteiro familiar da envergadura da Santa Filomena aparecia em um entorno tao agreste e do extra radio.
O certo é que precisamos unir-nos mas para consegui-lo primeiro conviria saber por que nos separaram realmente não inventar-nos historias recentes de fácil compressão mar falsas de todos modos. Sinto ter-vos deitado mas preguntas que soluções mas também é uma parte importante do investigador, saber formular as preguntas adequadas, não é ?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O Valadouro, unidade ou dualidade 1ª parte

Bem, sei que ao entrar neste tema, problema quase que poderíamos dizer, ei atopar muitos detratores e pode que algum seguidor, mas em todo casso não convencido completamente. Já há demasiados anos que se leva a falara duma hipotética e necessária reunificação dos dous concelhos que formam o val. Em nenhum momento acho eu que se possa argumentar teoria alguma sob a existência de diferencias físicas ou geológicas entre uma ou outra parte do val, sucede algo similar como a raia seca entre Portugal e A Espanha, realmente som traços no chão que fizemos os humanos não a mãe natureza mas, deixando de lado realidades que ninhem questiona ao dia de hoge há que reconhecer que em torno à filosofia da reunificação do val enredamos profundamente uma serie de lendas ou crenças mas ou menos assumidas onde tal união existiu até tempos moi recentes e soamente o mal fazer de reis de fora nos separou de maneira artificial.
Neste ponto é onde devo tomar folgo e enfrentar-me à realidade, tanto diante dela que já é duro demais como diante vos, só meus leitores, que pode que esperem ler de mim dados que confirmem as suas suspeitas unionistas. Realmente não nenhum dado que nos leve a supor que em algum momento no que as estruturas de poder tomaram entidades maiores que as de cidades estado, o Val fora unidade para nada. Explico-me...e que conste que o estou a fazer de memoria pois espero que ante qualquer duda se me reclame contraste da informação que me disponho a ofertar.
Se tomamos como ponto mais recente a criação dos concelhos como elementos administrativos nos anos centrais do governo de Isabel II, podemos doadamente considerar que esta foi uma divisão arbitraria produto do crescimento populacional dos últimos 100 anos e marcada por linhas territoriais imaginarias, mas estaremos cometendo o primeiro erro, que nos conduzirá a uma cadeia deles longa e pesada, como diria Sherlock Holmes, resulta nefasto criar teorias para adaptar os feitos a elas e não fazer o contrario adaptar as teorias aos feitos.
Quando se criaram os dous concelhos, rondando a época afonsina, já existia a realidade territorial da “Tierra Llana del Valle de Oro” e do “Alfoz de Castro de Oro”, sei que muitos dos meus leitores vos poderão explicar melhor que eu qual era o modo de funcionamento dos municípios rurais no antigo regime, pola minha parte mas poderei fazer por vos durante os anos do medievo assim pois deixo tal cometido para qualquer que interesse em introduzir algum comentário sob este presente texto.
For como for, já nos anos finais do antiguo rexime o Valadouro estaba serrado administrativamente em dois, uma parte que dependia da curia como fortaleça e cadea e outra que na que também exercia poder temporal esta mas como residencia e graneiro.
Já quando consultamos os alardes medievais, alguns em processo de publicação polo que me reservo engadir mas dados, a finais do século XV contabilizam-se as parroquias relacionadas com cada um seguindo um patrão bem similar ao atual. De onde procede esta separação pode que secular ? Neste casso estaremos sempre a especular, primeiramente teríamos que fitar nos na formação do entramado parroquial do val durante os primeiros anos da idade media e os últimos da romanidade; tense por costume, (pedi de bibliografia com mas calma se a necessitardes pois a minha memoria não da para recordar títulos sem tê-los presentes) afirmar com rotundidade que o Parrochiale Suevum não foi mas que uma solução apurada a uma paulatina superpopulação da comunidade cristiana e a conseguinte desorganização que esta ocasionava em tempos nos que a única figura de controle era o bispo. Reparti-se o território em anacos cada vez mais pequenos e deitar cada um a lugar-tenente que reciviriam o nome de sacerdotes, presbíteros ou curas foi uma solução prática para lutar contra a perigosa tendencia da nobreza que comezaba a privatizar os espaços de culto coa figura das igrejas e mosteiros familiares e também contra os pequenos brotes de adocionismo e gnosticismo, heregias muito próprias dos primeiros anos, ás que Galiza sucumbia com facilidade. Assim pois que foi o arianismo tao traído e levado, mas que um brote duma linha gnóstica do conhecimento de deus, bem pudera haver sido cátaro ou albigense mas por as próprias circunstancias da península tomou nome próprio.
Assim as primeiras e mas antigas referencias a feligresias, tal e como se denominaram até bem entrada a baixa idade media, pode que tenhamos que atopá-las to Testamento de <osorio Guterres, se exceptuamos alguns documentos anteriores soltos que já se refirem a entornes fechados administrativamente à hora de localizar uma terra ou um lugar. Acho que já falamos da distinta perspectiva que tem um homem atual com respeito a um homem no medievo sobre como situar-se no espaço, no folga repetir-se um pouco acho eu. Hoje temos uma visão cartográfica, quer dizer, desde arriba, podemos ver e situar na mente a nossa cassa em relação a elementos e acidentes de muita maior envergadura e assim centrar de maneira muito certeira os seus lindeiros. Para mim que vivo em Pradia, podo dizer que pertenço ó planeta terra (alguns pode que não estejam de acordo) que à sua vez pertence ao sistema planetário chamado solar, que dentro do planeta terra encontro-me no macro continente de euro asia e em concreto em Europa, baixo a soberania e limites de Espanha ou se se quer na Península Ibérica, na Comunidade Autônoma ou nação sem estado (não entremos em detalhes de momento) denominada Galiza, na Província de Lugo, no entorno comarcal da Marinha Lucense, na sua parte central, no val Chamado Valadouro e no concelho de Valadouro, Na parroquia de Budian, no bairro de Pradia e por fim na morada numero 3 deste bairro. Co uso de limitados instrumentos poderia oferecer até coordenadas geográficas mais complexas.
No mundo medieval pola contra, um antecessor meu que também vivera em Pradia só conheceria o que o rodeia e circunda e ao que pode aceder de maneira visual tomando a sua morada como ponto central, assim pois descriviria a casa como “uma cassa no lugar que chamam Prada, feligresia de Budian sita em Aurea, que topa por um lado com plaça de pero eanes, ao outro com cassas de joao enriques, ao outro com vetera longa que vai desta feligresia ao hospital de ferreira e ao outro com aira e horta aderentes à cassa. “ com estes limites daria dados suficientes para que localizara-mos a morada, situação que hoje nos provoca multiples dores de cabeça aos historiadores, só em alguns casos se referiria a um entorno geográfico maior, os dados que podiam ser comprovados à mão som os únicos interessantes.
Deste modo conhecemos da existência de parroquias no valadouro já desde tempos bem remotos, por algum motivo os habitantes desta nossa terra tardaram muito mas em perder a sua propriedade direta sem cargas que sucedeu noutros sítios da Galiza ligados a mosteiros ou legados reais, até bem entrada a idade moderna seguiam a enagenar-se pequenas propriedades sem cargas, logo de Trento começam a aparecer as cargas perpetuas por fundações religiosas e finalmente, pode que por multiples circunstancias que me quedam grandes demais para explicar, a partires do S. XVIII a perda definitiva da terra e o aforamento desta por unidades nobres ou eclesiásticas. Poderíamos estar a falar deste particular durante horas, mas aqui o deitaremos non sendo o motivo da nossa discussão. O certo é que o Valadouro como entidade geográfica fora sempre perigosa para os senhores temporais destas terras, em definitiva os bispos. Mantem se ainda oculto ou mal analisado o poder que ficaria a disposição real quando se deslinda o território do val em tempos de Afonso VII (creio), realmente o poder temporal exerce-o a igreja dese Mondonhedo e tomando a torre do castro de ouro como casa e cadeia e o solar da Casela como cassa, cadeia a celeiro. Pode que por este motivo, pola falta de terras em propriedade, a igreja decidira dividir também o val em duas demarcações que coincidem bem coas atuais, uma mas adicada a obtenção de fruto e outra a de reclusamento de animas para a defensa ou as guerras.